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    24/07/2009

    O Paraíso das Asas, Pt. 1

    A MISSA

    Em uma manhã de domingo, lá estava eu, em uma missa. A modesta igreja ficava no centro de uma praça redonda, com árvores frutíferas ao seu redor. O sol brilhava ressurgindo no horizonte, anunciando que aquele dia seria bem quente.

    Eu nunca gostei de missas. Talvez fosse devido ao presunçoso padre que sempre atrasava seus compromissos religiosos; talvez fosse devido a minha mãe, católica fervorosa que me obrigava a ir durante toda a minha infância. De qualquer forma, os sermões do padre nunca me chamaram atenção.

    Como sempre, eu contemplava a suntuosa vidraça que emitia uma luz radiante, com figuras de anjos abatendo os demônios e acima das nuvens, lá estava a Imaculada Maria com o menino Jesus em seus braços, envolto de um manto branco. Essas imagens me intrigavam e eu sempre ficava imaginando épicas batalhas celestiais, cuja ira de Deus sempre deixaria seus inimigos por terra.

    E finalmente, antes da oração final em latim, ouço a única frase que ecoou em minha mente: o Senhor nunca nos abandonaria. E acreditei na promessa até que aquele dia chegou.

    Ao terminar as últimas palavras da oração, fui o primeiro a levantar-me. Estava impaciente. Aquele dia seria especial, afinal, meu pai me prometera que me levaria para pescar no rio São Joaquim. Apesar dos meus dezoito anos, meu pai nunca me deixou navegar sozinho naquele rio que desagua no mar. Dizia ele que era perigoso.

    Saí alegremente da igreja e fiquei satisfeito com os céus. Aquele dia seria perfeito. Um cheiro de orvalho pairava sobre o ar, e o chão ainda estava úmido, pois chovera na noite anterior. Mas naquele momento, me senti sozinho na porta da igreja, em frente à escada gasta. Olho para dentro e lá estava meu pai, conversando com amigos. Corri para dentro e o puxei pelo braço.

    – Vamos logo! – clamei.

    – Calma, moleque! – ele ria.

    Em todo fim de mês, meu pai me levava para pescar com vários amigos. E naquele dia não seria diferente. Eu estava alegre, mesmo que nesse domingo tenha completado 3 anos em que minha mãe falecera de câncer.

    3 comentários:

    Unknown disse...

    Oya!

    *u*

    Você escrevendo *u*

    Interessante...eu sempre digo: religião é um prato cheio para escritores e poetas \fan

    Nesse primeiro capitulo você deixou a todos os leitores uma imagem bem nítida do local e época onde se passa a cena.

    Conseguimos compreender o tipo de relação que a personagem tem com os demais.


    Vamos esperar o próximo capítulo! *-*

    Oya escrevendo! Ai que mara! *u*

    Abraços!

    A escritora disse...

    Jorge... Jorge...

    Eu já tinha lido um poema seu e foi o bastante pra ver que vc tinha uma facilidade incrivel pra colocar sentimentos no papel; logo, colocar idéias e histórias não seria diferente.

    E esse primeiro capítulo é a prova da minha primeira impressão.

    Dá não só pra conseguir visualizar o cenário, como se sentir dentro dele.

    Tá muito bom,Oya. Ou melhor, está Ótimo!

    Não só fiquei feliz por ver vc escrevendo uma história, como tó mega ansiosa pra ler a continuação.

    BEIJOS MELADOS DE GLOSS

    Guilherme Crubellati disse...

    HÁ! Oya escritor *.*
    Vem coisa boa por ai \o\
    Ansioso pelo resto ;D